segunda-feira, 9 de junho de 2008

Prosa de Areia

Vai passando, vai deixando, flor
Mandando embora barquinhos de sonhos
Vontades, desejos, anseios, recreios, e mais
Vai falando, flor, pois quem sabe menos fala mais...

Vai listando, dor, vai gemendo as cores dos corais
Vai ondulando e mostrando baixezas, ondas, espumas, mais
Recifes, Encostas, praias e enseadas...
Bisbilhutando por perfumes e pedras e pérolas mais...

Vai criando, amor, vai livre escrever à luz dos dias
Recitando os poemas e as poesias
Por ondas passar, também quero passar
Quero dar voz, dar beleza aos trapiches e aos recitais

Vai deixando, cor, pele, pigmentação e urucum
Tracejando listras e anéis dourados, riquezas, badalos
Jóias de estirpe, de devoção e louvor
Meros sinais de crença e obediência e carpindeiras e funerais

Vai pisando, norteando, apontando seus resquício...
Deixe que a fogueira matutina queime até o último galho
Areia de praia plena, deserta, coberta de sol e frescor
Brinquedo de mundo menino, rebelde, desatino, ao gosto dos maiorais

Nenhum comentário: