Somos, por assim dizer, um grande ensaio,
uma grande apoteose de nossas colocações.
Somos, todos nós, formando um grandíssimo coro,
uma grande besta incapaz de ver ao ato de nossas ações a gravidade e a repercussão completa delas mesmas.
Somos a frieza da ignorância plácida,
conformada em continuar seu repertório manjado e mastigado de fadigas e contorções periféricas à essência de suas dores.
Não se pergunta com hombridade porque estamos a doer.
Não se arrisca uma resposta autêntica.
Apenas damos alguns diagnósticos sabidamente inóquos,
com o pretexto de acalmar nossas anciedades.
Se somos tudo isso mesmo que dizemos,
que confirmamos sempre que ameaçados por verdade-outrem,
então por que não provar de tudo isso?
Por que tanta etiqueta?
Qual a grande consequencia tenebrosa que pode nos acometer se agirmos de modo contrário, segundo o outro jeito,
o jeito diferente,
qual a grande ameaça?
Se somos incapazes de pré-dizer exatamente o que é esta coisa não nefasta e atormentadora, então não devemos dar a condenar estas outras possibilidades.
Somos forçados a uma ética de mentirinhas caso permanecermos com a tal prudencia patriciana da fidalguia despojada.
Somos dados a uma farsa universal.
Bom, se é essa a bestialidade insurreta, então deixe brindar quem queira; eu não quero.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
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