sábado, 7 de junho de 2008

Considerações ao Pé do Copo ou da Varanda, em um Dia Levemente Esfriado

Amigo, preocupo-me em dizer-lhe algumas palavras.
É que, meu amigo, há palavras que inquietam até serem ouvidas
E depois disso, tanto faz.

É certo que os dias supreendem ao mais experiente companheiro
E que os segundos apenas aparentam passar iguais
Que as oportunidade são gracejos e insinuações
E as lembranças, um pouco de café e açúcar.

Mas, seja como for, independente disso
Eu quero assegurar e deixar claro
Que deixar o tempo passar, ignorar o nascer do dia,
Não interferir nos risos e nas noites..
Isso, não posso permitir

Para chegar depois ao sério e intocado tédio
Para brindar os anos de fartura e jovialidade plástica
Para guardar o bastião dos varões de 70 anos
Para isso eu lembro meus antecessores

A ponto de saltar do forno,
Pedir mais um copo com gelo e mais...
Com pernas livres para pular de canto a outro
E braços de swing e slow-motion...

É desta tal maneira, meu colega
Que quero alvejar e mesmo cristalizar, de alguma maneira.
É desta forma que eu desejo amar os dias finais
Os encerramento, o destrinchar da noite

Se é que desta forma fazem
O caminho a seguir daí para frente
Quero clarear o quarto para escurecer apenas,
Apenas depois dos olhos fechados

Quero sintir a música acabar aos poucos,
Instrumento por instrumento
E então abrir alas para outros cantores
Outros bailes de longa duração

Quero ver um raiozinho, uma fresca de lembrança
No momento que ela dar boa noite
Uma menina, apenas
Despedindo

E assim, meu companheiro, os dias terão o fim de mim
Os dias vencerão os trapos e as angústias
Vencerão as feras da dúvida e do remorso
Vencerão os infiéis

Os dias vencerão, meu amigo!

Estarão contigo até o último suspiro...

Mostrarão o que antes era inapropriado, sabe?..

E darão, esperamos, o deleite de conhecer este roteiro por completo,

Sem cortes, queixas e comerciais.

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