sexta-feira, 6 de junho de 2008

A Precisão Fina e Vazia


O barulho do andar-relógio, aqueles com passos cronometrados
Com um passo, depois com outro, numa seqüência demarcadora,
Fundação, marco. É essa a impressão. Uma afirmativa categórica.

O resultado, tão logo, é aproximação, é vinda.
Programado destino de tempo, de passar das horas.
Cheio, compraz, convincente. Consenso em subjugar.

Tal o tempo, o definir de parada e retomar
O subterfúgio em números, álibis.
Advogados de um recalque atrevido..
Louco por apavorar

Louco por alongar, esticar os minutos mais um pouco
Alongar e puxar para mais, só por teimosia
Para deixar marca também
Deixar pegadas

Registrar, é isso. É isso e só.
Fazer próximo aquilo que logo irá para longe
Novamente, para longe vai
Solta e recompensa o perdido

Tal moleque perdido do grupo
Procura os demais, coberto de culpa
Coberto, assumindo o externo, é isso.
E encontra, afinal. O registro se faz verbo.

Dá voz
Fala, e vai
Tem seus segundos de fama
Depois leva para si o restante

E deixa prosseguir jornada

O tempo agradece a complacência
Afinal, é só assim que tempo vive e tempo morre

Passando, passando, deixando
Fincando o pouco quando o muito se acumula

É o tempo vindo mostrar suas capacidades
Mostrar o eu que nós deixamos
Deixado em nome do registro, o aplauso

O tempo que abandonamos em nome de estar.




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