sábado, 14 de junho de 2008

As Primazias Caprichosas do Inútil

Embora a andança mais me lembre de uma permanência
Em um estado de camelo, carregando águas e caldas por onde rumo
Por níveis de inconstância ainda que provocada
Há enormes disparidades entre a passiva angústia e o raivoso impulso

Há enormes disparidades e dissonâncias, pois não há como parar para viver
Não há como parar com o ritmo, com o compasso, com o belo e o dinâmico
Esse momento dinâmico e muito cuidadosamente temperado
Esse momento meticulosamente amado, que é o viver

Então àqueles que procuram medir seus passos
Anteriores e seguintes, o antes e o depois,
Àqueles que gostam, que se deleitam em escravisar-se
Em torturar-se pelo sinal da retividade doida,
Bom, àqueles que mantém este comportamento
O tempo haverá de pacientemente repetir
E repetir, e repetir novamente
Seu jogo, sua ginga, seu traquejo
Até o ponto necessário
Para que estes cidadão
Vomitem todo o seu carrocelzinho tão precioso
Emporcalhem a roupa e o vestido de domingo
E depararem-se com a morte, sorridente, safada e graciosa
Sorrindo o desfecho óbvio e inevitável

Morrer é apenas a continuidade do princípio nascente
Viver é que transcende qualquer medida

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