segunda-feira, 9 de junho de 2008

O Certo e o Errado


Se queremos um querer em um estouro

Então vale muito o que estamos fazendo

Vale contar calado os dias frios
Vale guardar segredo e dizer mentira

Vale jurar inocência e falar correto
Vale muito...

Vale voar com medo
Vale segurar a mão

Vale pedir perdão
Vale sorrir sem culpa

Vale a face oculta
Vale, vale sim.

Vale subir serra moço!
Vale, e muito!

Vale esconder canhão

Vale chorar de noite, menina

Vale cair da escada

Vale correr em desespero.

Vale dirigir embreagado

Vale contar a verdade.

Se o que queremos é vontade de susto
Surto, quase uma psicose...

Então vale mesmo, rapaz!
Vale muito!

Vale amar nos dias de emprego
Vale folgar aquela aula chata

Vale dizer palavras doces

Vale curtir a fossa vizinha...

Vale ser um ombro amigo

Vale cagar para a desconfiança

Vale chupar a núvens tortas...

Vale deitar sobre o cimento

Vale desnudar o claro do dia

Vale o pernoite com o obscuro...

Se é isso que queremos, mas se é isso mesmo...
Então vale toda a dúvida
Vale todo o medo
Vale todo o desencanto
Vale tudo de uma vez!

E vale tudo outra vez...

E se queremos tudo nessa mesma hora,
Então que venha tudo e nos tome soltos e náufragos

Pois nessa vida vale tudo para viver

Vale um maçarico quebrado
Vale uma captura mal-sucedida
Vale uma surra
Vale tortura

Se é isso que sabemos muito querer

Vale qualquer ato, por mais louco que pareça,
Para cuspir fora nossa hipocrisia.

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