quinta-feira, 4 de junho de 2009

Queixa-Crime

A minha poesia é um verdadeiro B.O.
Isso mesmo! B.O.L.E.T.I.M. D.E. O.C.O.R.R.Ê.N.C.I.A.
Tudo o que escrevo tem um fundamento na realidade
Ou em algo que aconteceu nela.
Como em um sonho,
Um episódio de delírio ou loucura,
Que aconteceu. Plastificou-se em minha cabeça.
Está lá para todo mundo ver.

Se os outros não vêem, não é culpa minha.
É porque não souberam sonhar; não desse jeito.
Daí não tem jeito mesmo! Vai como?
É como ensinar a escrever a quem desconhece, por referencial epistemológico,
A existência do lápis, da caneta, do papel...
Pode pedir uma coisa dessas?

O fato é que as palavras não surgiram do atoa,
E nem estava, eu, tão atoa no momento em que me vieram.
Elas se impuseram, como em uma batida policial
“Mãos ao alto!” – sabe como é? Foi “Mãos à obra!”, “Escrevai!”.
Sinistro, como dizem os cariocas.

Não é querer assumir o personagem da queixa,
Reclamando por não haver nexo entre suas idéias e o que diz.
Mas se não assumo a queixa, quanto menos a culpa.
Que bailem sozinhos se não apreciam a minha música.
Eu tenho mais o que cantar.

Tenho mais, pois desta loucura frutificam várias formas de ser,
Várias tonalidades e grunhidos sublimes,
Noites de fantasia e dias de esbórnia,
Tudo composto em uma mesma noção real, majestosa, maior.

Eu não tenho culpa se ninguém me entendeu.

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