o tempo passou, e não houve que o escutasse
riram como tontos das piadas mal contadas
e não se deram à preocupação com o ouvidos
agora eis que acontece o inaudito
campanhas e mais campanhas de papel
letras, marcas, firulas, ponta-pés, socos
nas cordas, nos braços, nos timbres, melodia
cadê a música agora, senhores?
onde está sua soberania?
diga-me com quem anda a dama destes quartos
e me darei por satisfeitos de interrogatórios
a pressa tem sempre um novo dia, senhores.
a palma tem sempre uma nova flor
a vida tem sempre um novo ventre, senhores
e colo e peito e leite e afago
e dor
o tempo traz sempre um alfaiate à bordo
para costurar os remendos dos desperdícios coletivos
das horas em que se soube apenas fazer estupidezes
e calar a boca perante um silêncio fraco e idiota
costurem, senhores, as suas calças de folga
pois delas precisarão bem estreitas e atadas
bem de trouxas e afiveladas em cima
pois que o cinto cai ao soprar o vento agora
e amarrar ficou mais difícil do que antes
as calças deram uma folgada mediante um novo produto
produto das ancas e lancas de tranco belco das nádegas a flora
floradas nádegas de rosácea aparição horripilante e envergonhada
costurem bem estes segundos senhores
que vossas calças serão as únicas testemunha de tanta melodia
segunda-feira, 14 de julho de 2008
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