domingo, 9 de novembro de 2008

Poesia de um Vôo Condoreiro

Venho trazer umas notas de palavra
Dar corpo e sentimento aos momentos sublimes
Gracejar dos lírios que com vento voam
Trazer festa, trazer fogo, folia

Venho fazer um novo suplício
Fazendas de grande porteira e garças
Voando em nuvens de terra
Com o solo dos albatrozes por caminho

Desta viagem têm mais que palavras
Têm pêlo e penugem de águia
Têm cheiro de orvalho fresco
De sereno e noite enluarada

Novamente vou descer como antes
Faço um novo pouso para reabastecimento
E dessa parada pego uma carona na conversa
E nisso fui refazendo amizades e recados

Braço direito dos pássaros mais altos
Os que voam e cantam ao som da mata
E brilham quanto mais giram alto
Giram, giram, giram bem ao nosso lado

Desta vez eu vou mais longe
Sem medo eu levanto com força
E assim nem sei mais como eu tava
Que agora to leve como as onças

As onças da mata de cima
E os bugios, macaquinhos e potiguares
Toda uma floresta de onde nem esperava
Uma coisa de tanta beleza que chorei de bobo

Vendo tudo tão verdadeiro
Tão sincero e tão amigável
Achei até que faltava a tristeza
Daí ela veio, que aqui tem de tudo mesmo

Mas quá! Pra que isso!
Gracejo bom é o que ri de si mesmo
Bela vista, ta no alto...
Volta que a hora é passada

E voltando vem sentindo a coisa antiga
Mas ta mudada nesta maneira agora
E dá nova vida ao que tava morrendo
Que é assim mesmo que a gente vive

Voltei. Isso é certo.
Nunca duvide do poder do pouso
Que quem veio de cima
Sabe bem como é aqui embaixo

Vamos agora dar continuidade
Que a coisa ta ainda rolando
E vamos dar muita transparência ainda
Nessa história que é a nossa vida

Assim a história nos ensina...

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