O apêndice que se segura perante o abismo
Metros e mais metros abaixo, soltos...
Uma mão que não agüenta, não tem forças
Um momento, um desespero, uma gota de suor
Um buraco tão abaixo que parece chão
E um zumbido do tempo passando
Os olhos fechando as esperanças
Guardando o fim para um instante de respeito
Secando aos poucos o brilho e a mágoa
É um poço, ó tristeza
Beleza e fumo em bosque tão belo
Orquídeas e petúnias, borboletas e macacos
Lagartos, bromélias, centopéias gigantes e gordas
Vida que envinha pelos cantos nos cipos do arrebatamento.
Que vida essa, é vida selva, selvagem e autóctone...
É liberdade sem instâncias, petições
É terra e lama fresca, viva!
Cheiro de chuva com terra que molhou de novo...
E mato e coceiras de floresta e arrepios de dia se envaindo...
É o toque dos passarinhos voando por cima das nossas cabeças
E os buracos foram embora
E eu caí nesta mata boa
E o tempo parou para descansar
E o chão chegou mais perto
A água voltou a correr, a brilhar
Os olhos se abriram
De novo petúnias, de novo macacos
Bugios, onças pintadas e cobra coral
É mensagem a todo momento, sem pressa, sem fermento
É tanta certeza que até dá tontura!
É vida, é vida mesmo...
É o suor da alma pulsando pelo resgate.
sábado, 25 de outubro de 2008
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