Altivo prenúncio da sua existência
Assim quis o pai,
Os irmãos todos concordando
Vale-me, tenha (tanta) paciência!
Não basta cuspir no mundo
Tem que tosquiar a cria
Verificar, minuciosamente
Os cacos escondido por trás do colchão
Nada pode passar em vão.
A vontade provocativa e ligeira
Fazendo casa nas curvas do raciocínio
Retomando origens e invasões
Ocupando espaços antes vazios
A vontade tem coragem
O medo é frio
Vitupério dos ogros da meia-noite
Por qual ébrios tomam as vozes dos doutos
Dando vazão a sua falta de caráter
Metendo-se na vida dos outros
Com escusas encarniçadas de vinho
Usando a natureza para se desculpar
Para pecar
Fogem de si mesmos.
A resguardada a vontade sai por fora
Não pode ser assim, mas é.
Horizonte e volta ao céu
Um monte
Indo e vindo percebe o véu
Atos não traduzem tanta grandeza assim
Melhor ficar silencioso
A calma das palavras pensadas
Deixa o tempo ir mais fundo
Sem essa constante quebra dos preceitos
É que deito olhando o sol
Brilha um brilho bonito
Que hermana-me com o mundo
Profundo que é o mar das vozes que ouço
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