Risco a linha tênue da intervenção
Apóstatas do passado
Que me ligam às esferas do “agora”
Sussurram no meu ouvido
Dizeres estranhos de outrora
“São seus deuses” – eles dizem
Novatos na arte de remarcar os passos
Extrapolam-se em meio às suas oportunidades
E acabam por não traduzir os seus atos
Por achar que é fácil decidir
Reverberam coisas antigas
Fazendo das suas cantigas
Fuligem de uma cantilena ultrapassada
Não pensam que o novo está à baila
Pensam que o novo é apenas o ricochete do que fizeram
Pensam que já disseram tudo que cabe ser dito
E que nada escapa à precisão de seus argumentos
Mas estes apóstatas do lamento
Não sabem mesmo do que estamos falando
Não sabem que estamos vivendo e que estamos amando
Apenas nos fotografam com seus juízos de play back
Disso estou confiante... pois “certo” é um termo esguio
Não se sabe se é quente ou se frio
Mas noites belas anunciam a sua alvorada
Importa apenas se é amada
Esta palavra que diz fazer mais com menos
Pois das cantilenas que um dia cantemos
Sobraram poucas certezas e poucas escadas
Importa mesmo é agir de novo
Porque o corvo abre suas asas apenas aos jovens de espírito
E aos velhos que ainda sorriem
Aos demais, ele fecha todas as chances de sucesso
Se riscando linhas eu ainda peço
É porque penso que dizendo um pouco
E chego lá, ao muito
Onde estão os egressos, que podem dizer que passou
E se de noite eu rezo
É porque o dia foi curto
E eu não me furto
De olhar de novo o que me tocou.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
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